Política monetária: entendendo o seu papel na economia

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Para proteger o valor do dinheiro de uma nação, o país precisa adotar uma política monetária eficiente.

Além da manutenção do valor do dinheiro, a política monetária é fundamental para a manutenção da economia e dos investimentos no país. Sem uma moeda estável, dificilmente uma nação consegue progredir economicamente.

Sobretudo, sem um dinheiro estável, não há previsibilidade, fato que gera grandes incertezas e problemas à economia de um país.

Assim, a política monetária, serve como base para auxiliar no desenvolvimento de uma nação. A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre a política monetária brasileira.

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Quem define a Política monetária no Brasil?

Apesar do Banco Central ser a instituição encarregada de aplicar a política monetária no país, é o Conselho Monetária Nacional, o responsável por formular as regras e o caminho da política.

Atualmente, o conselho é formado pelo Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e pelo Presidente do Banco Central.

Além dos ministros e do presidente do BC, ainda há um corpo de técnicos que forma o conselho.

Dentre as instruções emitidas pelo Conselho, existem as metas para a inflação. Periodicamente, o conselho traça novas metas, ou mantém aquelas já designadas.

Por exemplo, para 2023, o CMN decidiu que a meta para a inflação, medida pelo IPCA, seria de 3,25%, com uma margem de 1,5%, para cima, ou para baixo.

Desse modo o IPCA poderá chegar até o limite de 4,75%, ou 1,75%.  Contudo, ao final de 2023, o BC conseguiu cumprir o seu dever, já que o IPCA terminou em 4,62%.

Como a Política monetária é aplicada no Brasil?

Com as instruções do Conselho Monetário Nacional, o Banco Central conduzirá a política monetária, visando preservar o poder de compra dos brasileiros.

Para isso, como já mencionamos, o BC possui algumas ferramentas para controlar a inflação. Portanto, quando a inflação está em alta, crescendo acima da meta, o BC precisa agir para reduzir o aumento e colocar a inflação dentro da meta.

Assim, uma das políticas adotadas é o aumento da taxa básica de juro. Mas para definir o aumento da taxa de juro, o BC observa outros indicadores, e principalmente, o núcleo de preços do IPCA.

Como o IPCA é formado por diversos produtos e serviços, o BC precisa avaliar se o aumento dos preços é consistente, a ponto de exigir o aumento dos juros, ou provisório.

Às vezes, a inflação pode estar sendo influenciada por outro indicador, como o dólar. Em momentos onde o dólar está em alta, os preços de diversos produtos e serviços podem aumentar, gerando um aumento no IPCA isolado.

Dependendo da força do aumento do dólar, ao invés dos juros, o BC terá que intervir no câmbio.

A queda da poupança do brasileiro e a busca por mais dinheiro junto aos bancos, é outra situação que pode influenciar na alta do IPCA. Assim, uma outra medida adotada pelo BC, é o aumento do compulsório junto às instituições financeiras.

Ao analisar a condução da política monetária quando surgiu o Real, o BC utilizou de todos esses artifícios, controlando o máximo possível a circulação da moeda, câmbio e taxa de juro. 

Nesse sentido, o Banco Central possui diversas ferramentas e indicadores que ajudam no controle dos preços e na aplicação da Política monetária.

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Qual é a relação entre a Política monetária e a Economia?

Uma boa economia precisa de uma moeda forte e estável. Assim, uma boa política monetária é essencial para viabilizar o crescimento econômico.

Sem um dinheiro estável, a população e os empresários sofrem, sem uma previsibilidade. No mundo existem diversos exemplos de países (como a Argentina e a Venezuela) que sofrem com as altas taxas inflacionárias e tem sérias dificuldades econômicas.

Por outro lado, os Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, possuem moedas fortes, estabilidade monetária e fortes economias.

Outra vantagem gerada pela Política monetária eficiente, está atrelada à credibilidade. Países que conseguem manter o valor do dinheiro por anos, atraem mais investidores.

Inclusive, essa estabilidade pode repercutir positivamente, até nos preços dos títulos públicos de tais países. Mesmo com taxas pequenas, muitos investidores ainda continuam investindo em tais países, visto a estabilidade. Um ótimo exemplo de país com moeda estável, alta dívida e juros “negativos” é o Japão.

Política monetária depende de outras políticas

Infelizmente, a economia nacional não depende somente da Política monetária. Existem outros fatores que podem influenciar na economia de um país.

O controle dos gastos públicos e o PIB, são outros indicadores muito relevantes e que não estão sob o controle do BC, por exemplo.

Sendo assim, para alcançar o sucesso na condução da Política monetária, há necessidade de uma integração maior entre o governo federal e o próprio BC.

Então, não basta o BC fiscalizar as variações do dólar e inflação, se as contas públicas estiverem “descontroladas”.

Por exemplo, o excesso de gastos, sem um resultado equivalente no PIB, demonstra que o país está tendo algum tipo de problema, investindo sem ter resultados. Sendo que este problema, nem sempre está relacionado diretamente à condução da política monetária.

Portanto, além das metas inflacionárias e da atenção do BC junto aos diferentes indicadores econômicos, o governo federal precisa ficar atento às contas públicas.

Um bom controle sobre o orçamento federal pode ser de grande ajuda na manutenção do dinheiro. Além disso, um controle maior sobre as despesas vai facilitar a condução da política monetária.

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