Renda fixa: entenda como investir com segurança

Cédulas de dinheiro
Dentro do mundo dos investimentos, existem basicamente, dois tipos de ativos: os de renda fixa, ou de renda variável. Ambas as opções podem proporcionar bons rendimentos, mas existem algumas diferenças. No caso dos investimentos de renda fixa, como o próprio nome já diz, há uma previsibilidade na renda, já que ela é “fixa”. Contudo, na renda variável, não há esta previsibilidade. Tornando o investimento menos previsível e até, mais arriscado, quando comparado aos produtos de renda fixa. Portanto, se o investidor busca opções de ativos mais seguros e com grau de previsibilidade maior, os investimentos de renda fixa são uma das melhores alternativas.

Quais são os principais investimentos de renda fixa?

No mercado financeiro há diversas opções de produtos de renda fixa. Um dos mais tradicionais é a poupança. Porém, a “caderneta” oferece uma rentabilidade muito baixa e dificilmente consegue ser atraente. Mesmo com a isenção de imposto de renda, a poupança ainda é considerada um investimento “ruim”. Desse modo, outra opção de ativo de renda fixa interessante é o Certificado de Depósito Bancário (CDB).
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CDB (Certificado de Depósito Bancário)

Junto à poupança, o CDB é um dos investimentos de renda fixa mais acessíveis e fáceis de comprar.

Praticamente toda instituição financeira brasileira terá um CDB para oferecer. O certificado serve como instrumento de captação de recursos para os bancos.

Nesse sentido, o investidor compra o CDB, cujo banco remunera diariamente o investidor. Assim, o banco consegue captar recursos para financiar suas operações, enquanto os investidores conseguem remunerar o capital, investindo junto a instituição financeira.

No CDB, existe a retenção de imposto de renda. Ela é regressiva, ou seja, quanto mais tempo o investidor permanecer comprado, menor será a alíquota de IR que incidirá sobre os rendimentos.

Na hora de investir em um CDB, fique atento à restrição de liquidez no vencimento. Muitos bancos trabalham com CDBs de liquidez diária, onde é possível resgatar os recursos a qualquer momento e outros CDBs, no qual a liquidez só ocorre no vencimento.

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LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio)

Mas não existe um investimento de renda fixa que seja isento de imposto de renda e não seja a poupança? Existe sim, aliás, existem alguns.

As LCIs e LCAs são investimentos isentos de imposto de renda. A emissão das LCIs e LCAs, são feitas pelos bancos, de forma similar ao CDB.

Contudo, as letras de crédito têm um objetivo de financiar operações envolvendo o segmento imobiliário, ou do agronegócio.

Desse modo, os bancos costumam controlar suas reservas de letras. Assim, não é sempre que as instituições financeiras têm disponível as LCIs e LCAs.

Outro detalhe diferente dos CDBs, não há letra de crédito com liquidez diária, por exemplo. A liquidez de tais letras é restrita ao vencimento.

Segundo as novas regras para as LCIs e LCAs, o prazo mínimo de investimento é de 270 dias, ou 9 meses. Antes, este prazo mínimo era de 90 dias, ou 3 meses. Então, se o investidor visa constituir uma reserva, mas precisa da liquidez, as LCIs e LCAs não são as melhores opções.

Foto de prédio jurídico

CRI (Certificado de Recebível Imobiliário) e CRA (Certificado de Recebível do Agronegócio)

Os CRIs e CRAs são bem semelhantes às LCIs e LCAs, principalmente por se tratarem de instrumentos que servem para financiar projetos na área imobiliária e do agronegócio, como as letras de crédito.

Mas, diferente das letras, os certificados são emitidos por securitizadoras e passam por um processo similar ao lançamento de ações na bolsa de valores. Dessa maneira há uma oferta pública.

Após o encerramento da oferta, os investidores interessados poderão negociar as CRIs e CRAs na bolsa de valores, ou através das plataformas de renda fixa oferecidas pelas corretoras de valores mobiliários.

A forma de remuneração das CRIs e CRAs costuma ser através de pagamentos periódicos e de amortizações até o vencimento do certificado.

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Debêntures

Se as CRIs e CRAs são instrumentos voltados à captação de recursos para os setores imobiliários e do agronegócio, as debêntures servem para os setores em geral (menos bancário).

Por meio da emissão de debêntures, diversos tipos de negócios conseguem levantar recursos e financiar suas operações e projetos. Desde concessionárias de rodovias, até varejistas fazem emissões de debêntures regularmente em nosso mercado.

A forma de emissão das debêntures segue os modelos das CRIs e CRAs, com ofertas públicas. Depois, é possível negociar os títulos na bolsa de valores, ou por meio das plataformas de renda fixa das corretoras.

Existem riscos na renda fixa?

Sim, não há um investimento que não contenha riscos. Mas comparado a renda variável, a renda fixa possui algumas vantagens.

Por exemplo, os títulos emitidos por bancos associados ao Fundo Garantidor de Crédito (FGC) contam com cobertura de até R$ 250 mil por CPF e instituição financeira (dentro de um limite de até R$ 1 milhão em 4 anos).

Portanto, se o investidor tem títulos de renda fixa de um banco associado ao FGC, e tal instituição se torna insolvente, há como buscar o ressarcimento dentro de um limite de até R$ 250 mil.

Com relação às CRI e CRA, a garantia normalmente está vinculada a algum ativo da companhia emissora. Ou seja, se uma incorporadora realizar a emissão de CRIs, ela terá que oferecer algum tipo de garantia, como recursos, imóveis, ou outros, para lastrar os certificados.

Por fim, as debêntures possuem 4 formas de garantias, elas são:

  • Real: Onde a companhia emissora oferece um bem real para lastrear a emissão das debêntures;
  • Flutuante: Em uma garantia flutuante, há ativos servindo como lastro, mas não há um bem em específico, como na garantia real. Desse modo, após a liquidação dos bens envolvidos na garantia real, os valores restantes, serão pagos aos detentores da garantia flutuante.
  • Subordinada: A subordinada é a pior das garantias. O investidor só receberá os valores devido, após todos os credores serem pagos. Ou seja, será o último da “fila”.
  • Quirografária: Esta é uma das formas mais comuns de garantia no mercado de Debêntures e uma das piores também. Na garantia Quirografária, o investidor não tem vantagens ou benefícios, ficando na fila de credores como qualquer outro investidor.

Observando que grande parte das debêntures emitidas no mercado nacional possuem a garantia quirografária, podemos dizer que as debêntures são um dos investimentos de renda fixa mais arriscados.

Vale destacar que além de garantias, existe outro risco associado à liquidez. Títulos de renda fixa com liquidez diária costumam ser os mais seguros, devido à possibilidade de resgate imediato.

Assim, quanto mais líquido for o investimento, mais seguro ele é. Nesse sentido, títulos com liquidez restrita ao vencimento e prazos mais longos para permanecer aplicado, podem tornar o título mais perigoso.

CRIs, CRAs, também contam com grau de risco relevante, devido a falta de um FGC, por exemplo. Apesar da garantia real, tais certificados possuem liquidez baixa no mercado e prazos de vencimento longos.

Já as debêntures contam com uma garantia “ruim” na maioria das vezes e liquidez baixa no mercado.

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