Como mitigar os riscos ao investir em ações
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Ao aplicar em ações de empresas, é essencial que o investidor conheça e saiba como mitigar os maiores riscos inerentes à bolsa de valores e ao ciclo de vida das companhias. Entender o que deve ser evitado, assim como conectar o cenário atual da economia com uma carteira de ações diversificada é suficiente para proporcionar ao investidor ganhos consistentes na bolsa de valores, mesmo em cenários de estresse econômico.
Mapear os riscos não é uma tarefa fácil, e exige auxílio de profissionais especializados e com vasta experiência no mercado acionário.
Nesse artigo, destacamos os principais riscos que destroem as aplicações dos investidores:
1. Fraude contábil
- Descrição: Ocorre quando os executivos das companhias alteram os números financeiros das empresas, realizam negociação de ativos e passivos por um preço diferente daquele divulgado publicamente, ou omitem informações em suas demonstrações financeiras e em órgãos reguladores, dentre outras práticas ilícitas, dizemos que houve fraude contábil.
- Desafio: O risco de fraude é o mais difícil de ser antecipado pelo minoritário, dado que exige uma análise minuciosa sobre os executivos responsáveis pela gestão da companhia, assim como o seu relacionamento com os clientes e fornecedores da empresa em questão.
- Exemplo: Em janeiro de 2023, vivenciamos um dos maiores escândalos da história do varejo no Brasil: o rombo nas Lojas Americanas. A varejista havia ocultado dívidas financeiras e inflado receitas para bonificar os diretores da companhia. As ações registram forte queda em questão de dias, logo após a divulgação do escândalo.
Uma das ferramentas mais eficazes para avaliar o caráter da gestão é entender como os executivos da companhia se auto remuneram e como tem sido o histórico de remuneração executiva em comparação ao comportamento de indicadores de lucratividade e performance da companhia.
Se a remuneração atrelada aos altos cargos da companhia vem crescendo em um ritmo muito acelerado, proporcionalmente maior quando comparado à geração de caixa e ganho de escala da companhia, conclui-se que os executivos não estão alinhados aos interesses dos acionistas, e essa conta é refletida na geração de lucro líquido e caixa.
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2. Competição e desuso
- Descrição: Imagine investir em uma empresa cujos produtos comercializados não sejam mais úteis para as pessoas, ou quando novas concorrentes entram no mercado com produtos mais eficientes e baratos. Isso pode interromper as vendas dessa empresa ou forçá-la a reduzir preços para se tornar mais competitiva.
- Impacto: Quando uma companhia reduz seu preço e, consequentemente, apresenta queda na lucratividade, suas ações seguem o mesmo ritmo negativo.
- Exemplo: A Ambev sofreu após a entrada da Heineken no mercado, assim como a Cielo enfrentou dificuldades com a entrada de diversas adquirentes (maquininhas de cartão) como Rede, GetNet, PagSeguro, Mercado Pago, Safra Pay, Stone, dentre outras.
3. Aumento no custo de capital
- Descrição: Esse risco é marcado pelos ciclos de alta na taxa de juros e inflação. Ele tem como reflexo a queda da lucratividade e, como consequência, desvalorizações agressivas nas ações de empresas cíclicas e alavancadas.
- Impacto: Empresas sensíveis aos juros podem sofrer perdas significativas em momentos de turbulência econômica.
- Exemplo: Empresas do segmento de logística e hospitais que se alavancaram para financiar seu crescimento em 2019 e 2020 (momento no qual a taxa de juros e inflação global estavam em patamares mínimos) perderam grande parte da sua geração de fluxo de caixa livre em 2022 e 2023 devido ao aumento das despesas financeiras (juros da dívida) e suas ações seguiram o mesmo ritmo de queda.
O problema surge quando essas empresas rompem seus covenants (limite alavancagem por parte da companhia para proteger os credores), e necessitam realizar sucessivos follow-ons (emissão de novas ações) para reduzir o endividamento e respeitar o que foi acordado com as instituições que concederam crédito à empresa, o que dilui os acionistas minoritários e pressiona de forma negativa o valor de suas ações.
As ações de empresas intensivas em capital e alavancadas possuem um volatilidade significativamente maior, dado que pequenas variações na taxa de juros acarretam em um crescimento ou queda acelerada no volume de lucro líquido.
Estratégias para mitigar riscos
1. Conheça os riscos
O primeiro passo para reduzir o risco de investir em ações é conhecer quais são. Para montar uma carteira eficiente de ações no longo prazo, é preciso analisar o ativo e os fatores que podem fazê-los se desviarem das perspectivas ao longo do tempo.
2. Avaliação minuciosa
Antes de buscar a renda variável, todo investidor deve avaliar minuciosamente os resultados divulgados e a governança corporativa das empresas.
3. Acompanhamento de fatores macroeconômicos
Ao selecionar os ativos do portfólio, o segundo passo é acompanhar os fatores macroeconômicos que vão impactar o comportamento das ações e os fatos relevantes divulgados ao mercado. Com isso, a carteira se torna mais eficiente.
Investir em ações pode ser lucrativo, mas é crucial entender os riscos envolvidos e adotar estratégias para mitigá-los.
A sua jornada como investidor pode ser cheia de desafios e riscos, mas com o suporte certo, você pode tomar decisões informadas e proteger seu patrimônio. Ao aplicar em ações de empresas, é crucial contar com profissionais que entendam os riscos inerentes à bolsa de valores e ao ciclo de vida das companhias. Mitigar esses riscos é essencial para alcançar ganhos consistentes, mesmo em cenários econômicos adversos.
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